No caderno Mais!, escritores e cineasta indicam o que ler nas férias
da Livraria da Folha
O caderno Mais! da Folha de S.Paulo deste domingo realizou uma seleção de livros para ler nas férias. As obras foram escolhidas por diversos escritores e um diretor de cinema. Danuza Leão, de "De Malas Prontas", indicou obras para ler no carro, no avião, no ônibus ou no navio; enquanto Humberto Werneck, de "O Pais dos Burros", selecionou histórias para o Ano Novo.
Já o cineasta Cláudio Assis, dos filmes "Amarelo Manga" e "Baixio das Bestas", sugeriu livros para acompanhar uma cerveja, caipirinha ou água de coco. Modesto Carone, de "Lição de Kafka", escolheu o que ler quando se está só ou para espantar o tédio.
Outros autores, como Julio Medaglia, de "Música Impopular"; Ana Maria Machado, de "Mico Maneco"; e Ivo Barroso, de "A Caça Virtual", também indicaram leitura para as férias. Leia na íntegra, somente para assinantes da Folha e do UOL.
Veja abaixo alguns dos livros indicados por cada autor e pelo diretor de cinema:
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Danuza Leão Divulgação |
Crítico gastronômico é tomado por uma obsessão no leito de morte |
O volume é uma reunião dos melhores textos produzidos por Rubem Braga entre 1935 e 1977. A escolha das crônicas foi feita pelo próprio autor, com base na seleção original do amigo Fernando Sabino.
"A Morte do Gourmet"
Conta a história de um crítico gastronômico que é tomado por uma obsessão no leito de morte: lembrar do sabor que mais o enfeitiçara em toda a vida. A viagem aos meandros do paladar começa na infância do protagonista, quando as artes culinárias da avó desabrocharam seu talento, e termina em sua consagração do profissional, quando celebrava momentos em que deliciava uma simples sardinha frita ou um inesquecível sorbet de laranja.
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Humberto Werneck Divulgação |
Os contos do livro falam sobre alcoolismo e casamentos em ruínas |
O livro de Rodrigo Lacerda fala sobre a amizade entre Marco Aurélio e Virgílio, da infância no imponente edifício Estrela de Ipanema, marco da arquitetura modernista carioca, à maturidade. O descompasso entre a arquitetura modernista e a realidade do país, a cidade do Rio de Janeiro e suas contradições, são alguns dos temas que acompanham os dramas vividos pelos personagens.
"Iniciantes"
Os contos de Raymond Carver foram publicados pela primeira vez em 1981. Apesar de falar de gente normal sem traços de genialidade, heroísmo ou arroubos românticos, o que mais impressiona é o caráter descentrado de seus personagens. São basicamente histórias de alcoolismo e de casamentos em ruínas, protagonizadas por figuras anônimas da classe trabalhadora envolvidas em sua luta inglória e quase sempre perdida por uma vida dentro dos inalcançáveis padrões do sonho americano.
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Cláudio Assis Divulgação |
Contos autobiográficos revelam uma Havana sensual e perigosa |
O celebrado escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez revela uma Havana sensual e perigosa nos contos em grande parte autobiográficos deste livro. Corajoso testemunho da crise cubana dos anos 90, mostra uma Havana na qual faltam trabalho e alimentos, mas sobram sexo, rum e drogas. No calor sufocante de habitações miseráveis, sob o inclemente sol caribenho, os personagens procuram todas as formas possíveis de sobrevivência.
"Meu Último Suspiro"
Luis Buñuel definiu o livro como "semibiográfico". Por não se considerar um homem da escrita, chamou seu constante colaborador em filmes, Jean-Claude Carrière, para auxiliá-lo neste roteiro que retrata a origem, os erros e acertos, as dúvidas e certezas do cineasta que levou o surrealismo ao cinema, em parceria com nomes como Salvador Dalí e Garcia Lorca.
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Modesto Carone Divulgação |
"O Imitador de Vozes", do escritor austríaco Thomas Bernhard |
Neste livro, o escritor e dramaturgo austríaco Thomas Bernhard se guia por um acúmulo mais horizontal e variado de situações, uma sucessão desconcertante de incêndios, enforcamentos, desastres naturais, excursões turísticas malsucedidas, brigas por heranças e toda sorte de fatos patéticos contados por narradores que misturam espanto e ironia nas frestas de um registro falsamente neutro.
Ao final, o conjunto acaba apontando para os tradicionais alvos de Bernhard: a sociedade regida pelas aparências, sob as quais se esconde a memória de um tempo caracterizado por catástrofes políticas e sociais, na qual pouco resta ao homem além da consciência e da revolta contra sua própria condição limitada, mesquinha, muitas vezes ridícula.
"A Via Crucis do Corpo"
Publicados pela primeira vez em 1974, os 13 contos que compõem a obra de Clarice Lispector são precedidos por uma explicação da autora. Relata o cárcere social no qual a mulher vive, cárcere esse que se restringe a seus desejos e fantasias. De forma maestra, Clarice descreve as transgressões como incursões diárias no universo feminino
Idicações ótimas Joice, parabéns por esta seleção de obras.
ResponderExcluirAbraços forte
Ótimas indicações, Joyce.
ResponderExcluirFeliz 2010!