Pedro Goergen, ao analisar as relações entre pós-modernidade, ética e educação, comenta a atual organização da sociedade adaptada às exigências de mercado, em que a escola oferece um produto em que se perde o rosto humano da educação. Este cenário é um cenário de crise, pois como a educação ainda está alicerçada em bases do pensamento moderno(grandes narrativas, centralidade do sujeito, história em permanente progresso) e o pensamento pós-moderno chama a atenção para um mundo em permanente mutação, a realidade deve ser assumida pela prática pedagógica.
O autor acrescenta (2001, p.77) “Um dos temas fulcrais deste embate entre modernidade e pós-modernidade é o da ética. A passagem da fixidez, do caráter totalizante e universal, premissas de épocas anteriores, para o fluir e a mudança, própria da época contemporânea, desestrutura os fundamentos do certo e do errado e desautoriza os julgamentos a respeito do correto agir.”
Desta forma, a sociedade e a escola como parte desta devem ser capazes de, por meio da ação comunicativa (Habermas), substituir os princípios da disciplina e da autoridade pelos da democracia e da solidariedade, pois, de acordo com Freitag, citada por Goergen (2001, p.81), a reorganização da escola é uma questão administrativa.
Assim, a formação do sujeito ético acontece no meio em que vive e cresce e este meio, seguramente, não é só o da escola. Escola e sociedade devem estar extremamente conectadas para uma formação ética de seus alunos no sentido de congregar e solidarizar.
Sanchotene et alli ( 2005)
O grande dilema que desafia a todos nós professores parece ser este: ajustar o modo como aprendemos a organizar nosso mundo e, a partir dele, nossa ética (inegavelmente influenciados pela modernidade) às exigências dessa pós-modernidade líquida, na qual a "regra" é a ausência de fixidez que, assim, elabora uma outra ética.
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